Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) 2012 divulgados pelo IBGE mostram os limites do modelo de políticas
sociais adotado no país a partir de 2003, com a chegada do PT ao poder. O
governo federal prefere fechar os olhos à realidade a refletir sobre os alertas
que vêm sendo feitos por especialistas de várias áreas - comenta Aécio Neves,
pré candidato a presidência da República em 2014 pelo PSDB.
Vale destacar alguns dos números da Pnad 2012. Nada menos do
que 13,2 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais são analfabetos. De 2011
para 2012, mais 300 mil pessoas entraram nessa sombria estatística. No
Nordeste, a taxa de analfabetos na mesma faixa etária ultrapassa 17% da
população, o que demonstra a permanência de imensas diferenças regionais.
O crescimento da desigualdade é evidente: 1% dos brasileiros
com rendimentos mais elevados ganham 87 vezes mais do que os 10% dos
brasileiros com os rendimentos mais baixos. Em 2011, esta diferença era de 84
vezes.
Também é preocupante a questão da renda e do trabalho. O
apagão de mão de obra qualificada se aprofunda pela baixa escolaridade do
trabalhador e pela sua frágil formação para o mundo cada vez mais exigente do
trabalho.
Os novos dados do analfabetismo que surpreenderam o país,
somados a informações já reveladas por outras pesquisas e constatadas
diariamente em todo o Brasil, mostram um governo que vem menosprezando a mais
poderosa alavanca de transformação social: a educação.
Quando o governo do PSDB implantou os programas de
transferência de renda --que continuam sendo fundamentais-- na década de 1990,
o objetivo era que fossem ponto de partida para conquistas sociais importantes
e definitivas para as famílias cadastradas. O PT fez com que esses programas se
transformassem em ponto de chegada. E contenta-se hoje com a administração da
pobreza, ao invés de investir em formas efetivas para a sua superação.
O partido submeteu a lógica de ações estratégicas para o
país à conveniência do discurso político da legenda. Por isso, insiste em
tratar a pobreza pela ótica exclusiva da privação de renda, quando o mundo
caminha na direção de percebê-la como uma privação mais ampla, também de
direitos e serviços. Essa visão, mais realista e mais justa com milhões de
famílias, esbarra nos maus resultados da gestão federal em diversas áreas, na
propaganda e no discurso salvacionista do governo.
Por mais que a atual administração federal tenha criado o
mantra de que acabou com a miséria no país, os brasileiros sabem que isso não é
verdade. Precisamos ter coragem de fazer avançar as políticas sociais no país,
para que elas sejam de fato instrumento de travessia na vida de milhões de
brasileiros - conclui Aecio Neves.
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