Além do vínculo com o lulismo, a chapa Eduardo Campos e
Marina Silva representa a união entre o “novo” (Eduardo) com a representante
que melhor capitalizou o sentimento “antipolítica” que brotou das ruas com os
protestos de junho (Marina).
Porém, é importante mencionar que a dobradinha Eduardo e
Marina tem desafios pela frente. Como, por exemplo, a busca por aliados que
garantam um bom tempo de TV, assim como a construção de palanques estaduais
competitivos para fazer frente às estruturas de PT e PSDB.
Para complicar, Marina leva uma lufada renovadora para um
grupo que estava historicamente ligado ao PT, reforçando o distanciamento que
Campos promovia da base governista.
A união entre Eduardo e Marina preocupa Aécio Neves e também
o Palácio do Planalto, pois a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição,
deseja enfrentar o PSDB num eventual segundo turno.
No entanto, se Eduardo surpreender e chegar ao segundo
turno, a estratégia petista de comparar os governos Lula e Dilma com a gestão
FHC precisaria ser repensada. Mais do que isso, numa eventual disputa entre
Dilma e Eduardo, o PSB teria potencial para atrair boa parte do eleitorado do
PSDB de Aecio Neves.
Um dado importante a ser destacado é que, segundo a última
pesquisa do Ibope, Marina tinha 16% das intenções de voto e Eduardo aparecia
com 4%. Mesmo se não atrair 100% dos que declaram voto em Marina e obtiver 50%
desses 16%, já seria o suficiente para Eduardo superar Aécio, que registrou 11%
na última sondagem. Por enquanto, tudo são hipóteses, até porque não sabemos
se, inicialmente, os votos de Marina Silva migrarão automaticamente para
Eduardo Campos.
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