Mesmo com tom elogioso aos colegas mineiros durante todo o
discurso como orador oficial da cerimônia de entrega da Medalha JK, em
Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), evitou cravar seu apoio à candidatura do senador Aécio Neves
(PSDB) para presidente em 2014. O apoio dos tucanos paulistas é considerado
estratégico para Aécio como forma de afastar a possibilidade de realização de
prévias com o ex-governador paulista José Serra.
“Minas tem os mesmos ideais, o mesmo material humano que
fizeram de JK o presidente dos sonhos dos brasileiros”, discursou Alckmin ao
finalizar seu discurso no evento.
Ao fim da cerimônia, questionado pela imprensa se a presença
no evento representava a concretização de sua preferência pelo senador mineiro,
Alckmin se limitou a dizer que Aécio e o governador Antonio Anastasia honravam
o legado de JK. Durante toda a sua fala, o paulista, quando elogiava Minas, se
referia sempre aos dois: Aécio Neves e Anastasia.
Alckmin também evitou criticar Serra. “É um grande quadro do
PSDB. Foi um grande prefeito, grande governador, senador. É um grande quadro do
nosso partido”. Perguntado se seria possível falar que o PSDB paulista apoia
Aécio, ele foi sucinto: “pode”.
Sem menções diretas à administração petista de Dilma
Rousseff, o trio tucano se revezou nos ataques às ações de marketing do
Planalto, que entendem destoar da realidade do país. “Planejar o país não significa
criar slogans, significa cuidar de pessoas, equipá-las para buscar seu próprio
destino. Não é criar filmes ou siglas de ficção, é construir os pilares do
crescimento”, expôs Alckmin.
“É preciso racionalizar a gestão pública e estender o
crescimento para além da expansão do crédito e do mercado interno”, destacou,
por sua vez, Anastasia, que enfatizou, a todo momento, a boa relação entre
Minas e São Paulo. “Precisamos, agora, governador Alckmin, somar esforços para
que o Brasil avance com dignidade, no conceito das nações mais desenvolvidas do
mundo”.
Aécio Neves, senador do PSDB que não discursou, também
destacou, em entrevista, a proximidade entre os dois Estados. “O sentimento de
São Paulo é o mesmo de Minas, por mudanças, por governos que olhem mais para o
futuro e menos para o marketing, para os slogans”, ironizou.
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