“Lembrei-me recentemente da observação que ouvi de uma
senhora durante visita que fiz a uma nova penitenciária feminina no meu Estado.
Ao comentar a importância da experiência que permitia que bebês ficassem com
suas mães até completarem um ano de idade, ela chamou a minha atenção para a
facilidade com que os homens cortavam os vínculos com suas companheiras, quando
elas se encontravam presas.
Enquanto nos presídios masculinos era comum ver mulheres
visitando os maridos anos a fio, o mesmo não ocorria quando era a mulher a
sentenciada. E concluiu: não sei se é porque eles não aguentam ou porque não se
importam…
Recuperei esse comentário ao rever os dados do Fórum
Econômico Mundial (“The Global Gender Gap Report 2012″) que apontam os avanços
que o Brasil vem alcançando na diminuição das diferenças entre a participação
feminina e a masculina na sociedade. - comentou Aécio Neves, pré candidato para
2014 pelo PSDB.
A parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
com bancos privados brasileiros, estendendo ao país o programa de crédito e
apoio a mulheres empreendedoras, é mais um exemplo evidente dessa importância.
Em dois anos serão selecionadas 1.500 empresas pilotadas por brasileiras. Na
parceira com o BID, as instituições financeiras reconhecem que as mulheres têm
taxas de inadimplência menores e ocupam cada vez mais espaços maiores no mundo
dos negócios e nas universidades. Hoje, 22 milhões dos lares brasileiros são
chefiados por elas.
Estudo do Banco Mundial sobre a redução da pobreza na
América Latina mostrou que a renda proveniente do trabalho de mulheres
contribuiu com 30% na redução da pobreza extrema no continente.
Em Medellín (Colômbia), durante visita que fiz –a convite do
meu amigo Luis Alberto Moreno, presidente do BID, e ainda como governador de
Minas– a comunidades recém-resgatadas do domínio do narcotráfico, impressionava
o número de cooperativas e pequenos negócios conduzidos pelas chefes de
famílias e o comprovado alcance social que tinham, pelos empregos e pela
estabilidade que geravam em áreas antes dominadas pela violência e pela
exclusão.
Por outro lado, não foi sem razão que o presidente Fernando
Henrique Cardoso determinou que a titularidade do cartão bancário do Bolsa
Escola viesse preferencialmente em nome das mães.
A proximidade do Dia Internacional da Mulher provoca sempre
necessários debates e reflexões acerca das desigualdades que ainda precisam ser
vencidas neste campo.
Mas existe uma verdade que, porém, não pode ser dimensionada
pelas estatísticas oficiais: há um valor ético diferenciado agregado à
contribuição que a mulher dá à nossa sociedade, e que merece mais atenção e
reconhecimento. E respeito. - conclui Aécio Neves
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